Ao longo dos últimos dias, muitas pessoas no Rio de Janeiro e em São Paulo se fizeram essa pergunta ao andar pelas ruas dessas cidades. Foram distribuídos por diversos lugares, como relógios digitais, pontos de ônibus e até dentro das estações de metrô, cartazes com algumas curiosidades sobre essa figura até então desconhecida de muitas pessoas: Robson.
Robson é um cara que comeu muito biscoito globo sem beber nada, também não conseguiu passar para a universidade pública, que ficou preso no elevador, é aquela pessoa que colecionava figurinhas e agora virou um figurão. Enfim, Robson era uma pessoa que só tinha dois amigos e que, agora, tem milhões. A vida deste homem foi contada aos poucos através de uma das campanhas de marketing mais diferenciadas vista nos últimos tempos.
Além de gerar diversas dúvidas entre as pessoas para saber sobre o que se tratava a campanha, chegando a se supor por um momento se tratar de uma campanha de propaganda do Sistema Único de Saúde (SUS), #avidaderobson se tornou uma maneira de mostrar às pessoas que o Marketing Out of Home ainda está em alta e, de nenhuma forma, foi completamente substituído pelo Marketing Digital. Envolto por um tom de mistério e que deixava as pessoas muito curiosas para descobrir sobre o que se tratava a campanha, a vida de uma pessoa completamente desconhecida foi comentada e compartilhada por muitos, demonstrando assim, que o mundo real ainda está aí para ser aproveitado da melhor maneira. No final das contas, foi descoberto que a empresa responsável pela criação da propaganda é a Associação Brasil de Out of Home, “uma entidade que tem como objetivo incentivar as relações entre os associados e o mercado publicitário, além de ajudar a disseminar o conhecimento sobre o meio, posicionando-o como uma poderosa ferramenta na construção de marcas de produtos e serviços”.
Há cinco anos atrás, o CMO (ou chefe de marketing, em tradução literal) da Outdoor Advertising Association of America, Stephen Freitas disse que as propagandas out-of-home estão alinhadas com os consumidores do século XXI. Ao passo que as pessoas estão, cotidianamente, andando para lá e para cá, as mesmas estão sujeitas a passar por outdoors e outros locais propícios a propagandas com mensagens rápidas, mas penetrantes. Como diz Freitas, “Billboards são os verdadeiros tweets: você vê uma imagem rapidamente ou um pedaço de informação e continua em diante”. Para quem achava que o mundo atual, com as diversas inovações tecnológicas e redes sociais, iria deixar de lado a possibilidade de fazer propaganda em ambientes físicos, está completamente equivocado.
Em 2011, um estudo envolvendo a análise de 600 casos pela empresa britânica BrandScience, especialista em pesquisa de mídia, revelou que a cada dólar gasto em propagandas out-of-home, havia o retorno em vendas de U$2.80. Se comparado com as propagandas pela televisão ou com publicidade em impressos, esse modelo se mostrou mais eficiente economicamente.
A campanha da vida de Robson não tinha como objetivo final o aumento das vendas de determinado produto, mas mostrou aos publicitários e às pessoas de uma maneira geral como esse modelo de propaganda out-of-home não só continua atual, como se mostra mais eficiente, quando utilizado conjuntamente com as novas tecnologias desenvolvidas ao longo dos últimos anos.