Sou o João Paulo de Lira e sou um jovem empreendedor do Rio de Janeiro. Formado em Engenharia de Produção pela UFRJ, tenho minha empresa no ramo de educação, atuando nos mercados offline e online. Com projetos de sucesso tanto para pessoas quanto para empresas como LinkedIn e L’ORÉAL, estou atualmente focado no desenvolvimento do empreendedorismo carioca e no mercado digital.
Em algum momento na sua vida você sonhou em acordar todo dia com o despertador tocando aquele barulho irritante e você, sem vontade de acordar, apertando pela 5ª vez o botão de soneca, até que você resolve levantar, engolir um café na pressa e sair correndo pro trabalho?
E fazer isso TODO DIA? Toda semana, todo ano, por quanto tempo?
Todo dia cansado, sem reconhecimento e… por quanto tempo?
Aí você resolve fazer diferente. Na sua cabeça, você sonha em ser bem sucedido (seja lá o que isso quer dizer). Na verdade, você sabe que já alcançou muito até aqui, mas por algum motivo parece que falta alguma coisa…
A maioria das pessoas já aceita isso e fica nessa mesma rotina a vida inteira. Mas você é diferente, então você resolve abrir seu negócio, você resolve empreender! (uso empreender aqui no sentido mais puro da palavra, leia como alguém que abriu seu PRÓPRIO negócio).
Agora, você está hiper motivado!
Vai fazer mil coisas acontecerem, vai contratar 100 funcionários em 1 ano de empresa, vai fazer dar certo porque você tem muita vontade e, afinal, é disso que um empreendedor precisa, não? Se você está lendo esse texto até aqui, você sabe que não. Se você ainda não chegou nessa fase, leia esse texto como um aviso, de como evitar essa Armadilha da Motivação.
Por algum motivo, as pessoas acham que basta ser motivado o suficiente que você consegue tudo quando o assunto é empreender. Parece que auto motivação e determinação são coisas mágicas que resolvem qualquer problema.
Se você fracassa com um cliente ou seu negócio não vai bem… “ah, só preciso trabalhar duro, me manter motivado que vai dar certo”
Essa é a Armadilha da Motivação.
Alguns vão até mais longe e tentam diagnosticar o problema.
“Eu preciso é de mais gente, não estou dando conta sozinho”
“Meus custos estão muito altos, preciso cortar custos”
“Preciso de mais clientes”
Mas sabe o principal motivo que quebra empresa atrás de empresa? Acaba com a vida de um empreendedor e dá dívidas e dívidas?
Não é imposto.
Não é crise.
Não é custo (apesar desse ser bem importante).
Não é falta de cliente (apesar desse ser um dos sintomas).
É falta de foco…
Não estou falando de foco no “sentido academia” de ser, estou falando de foco no que gera valor.
“Como assim?”
Muita gente resolve empreender com um uber de alguma coisa. Vê uma empresa bombando como a Uber e começam: “eu vou ser o uber de não sei o que”, “vou criar o Spotify disso e daquilo”…
Alguns são até “mais pé no chão” e tomam como referência algo menor, como um Spoleto ou uma Domino’s da vida.
Mas, novamente, não funciona bem assim. Quando você decide abrir um negócio, você precisa resolver um problema, e se você perder isso de vista a qualquer momento você vai falir.
Pare por um momento e pense:
Se você pudesse comer qualquer pizza do mundo, iria querer a pizza de uma churrascaria que vende pizza como uma das opções de prato ou iria querer a pizza do [coloque aqui sua pizzaria favorita]?
Porque é isso que você espera de uma pizzaria. E mais importante, não é isso que você espera de uma churrascaria!
O segredo está no nicho do seu mercado. Sim, talvez você tenha que “sacrificar” atingir as pessoas XYZ no início para criar a identidade da sua empresa, para crescer a partir dali. Novamente, se você tenta atingir todo mundo, acaba não atingindo ninguém.
Vou te dar o meu exemplo.
Sou sócio da Hashtag Treinamentos, uma empresa de treinamentos universitários.
Aí você pensa, beleza, treinamentos universitários, mas de quem e do que?
Aí está o segredo que fez a gente começar bem, foi tudo muito específico: eu era fera em Excel e meu sócio também. Percebi que muita gente queria aprender e que as soluções eram caras ou então fracas (algumas eram as duas coisas). Percebi que as propostas que existiam (Excel para Negócios, Excel para Projetos, Excel para Engenharia) nada mais eram do que nomes que não queriam dizer nada. O que um UNIVERSITÁRIO aprende em um curso de Excel para negócios? É isso que ele precisa?
Claro que não, mas era isso que tinha de oferta na época. Na verdade, todo mundo queria entrar bem no mercado de trabalho. Mais do que isso, entrar bem no mercado era passar em um bom estágio. Então era isso! As pessoas queriam estagiar…
E para estagiar, mandar bem lá, ser valorizado, ser efetivado e ser muito fera no início da carreira, todo mundo precisava mandar muito bem no Excel (obs: eu fiz Engenharia e vi que era assim para Engenharia, Administração e Economia). Pronto, era esse meu nicho. Batizamos então o curso de Excel para Estágio, para colocar no nome do produto justamente o que o cara queria.
Não deu outra. Se você quer aprender Excel para passar e mandar bem no estágio você escolheria: Excel para Engenharia ou Excel para Estágio?
Isso significa que o curso só serve para quem quer estagiar? É claro que não! Mas aí dentro descobrimos várias vantagens que criaram nosso modelo de negócios e tem feito ele crescer cada vez mais e se consolidar. Abrimos mão de alguns alunos sim! Quem já estava efetivado não queria Excel para Estágio, mas isso se paga no longo prazo e é só até você fazer seu nome. Hoje começamos a expandir o público que conseguimos atender, mas o nome (e o mais importante, o foco) continua o mesmo. O curso presencial continua sendo o Excel para Estágio e outros produtos podem surgir a partir daí.
Isso significa que estamos protegidos e destinados ao sucesso? Também não! Tem muita, mas muita coisa depois disso, mas sem essa decisão com certeza não estaria escrevendo esse texto agora…
Agora pare e pense no seu caso:
Qual problema você resolve? E mais importante ainda: DE QUEM?
Para saber mais, entre em jpdelira.com